sábado, 12 de maio de 2012

Método “Pedagogizador” e a prática educacional voltada para intersubjetividade


Método “Pedagogizador” e a prática educacional voltada para intersubjetividade  


Foucault defendia um tipo de sociedade que, desde fins do século XVIII, vem reforçando práticas que distribuem saber e poder por todo o corpo social, especialmente por instituições em que o indivíduo precisa ser curado, examinado, treinado, exercer ofícios. Entre as desvantagens deste modelo em questão, proveniente da sociedade moderna tecnicizada, está o indivíduo treinado, pedagogizado. Assim, a escola é identificada como operador de pedagogização, reunindo a capacidade de habilitar com recursos educacionais básicos a criança e o jovem, fornecendo os mecanismos e instrumentos pedagógicos que asseguram obediência, responsabilidade, prontidão, docilidade, adaptabilidade.


            Podemos dar como exemplo característico deste método: a fila dos alunos, as carteiras também em fila, as atividades repetitivas, o treino de caligrafia, a punição pelo menor desvio de conduta, a vigilância por parte de um mestre ou de um monitor, as provas, os testes de aprendizagem e de recuperação, o treinamento dentro de padrões e normas fixos.



 A “pedagogização” do ensino na sociedade disciplinar e autocrática visa a verdade objetiva da metodologia única, que ensina uma ciência unidimensional, e que se baseia no exame, no teste empírico, na vigilância, na normalização.


A crítica e o rompimento deste modelo sugerem a de construção de uma subjetividade nova numa escola que leve em conta os desafios da modernidade.


O filósofo Habermas propõe um modelo baseado na intersubjetividade, que conduza para a educação, entendida num sentido construtor de subjetividades emancipadas, autônomas e criativas. Chamamos este modelo de “modelo educacional”. Educar é de criar uma sociedade capaz de linguagem e de ação, calcada em razões e argumentações justificadas, legítimas, exigências fundamentais para atender às demandas sociais, culturais, econômicas e éticas da modernidade.


A prática da intersubjetividade, produtora de sujeitos capazes de linguagem e de ação, com opinião e vontade formadas de modo a possibilitar liberdade comunicativa, calcada em razões e argumentações justificadas, legítimas, são os pressupostos de qualquer sociedade democrática, essenciais à educação.






Referência Bibliográfica






ARAUJO, Inês Lacerda. Foucault e a crítica do sujeito. Curitiba: Editora da UFPR, 2000.






______. Vida e Educação. São Paulo: Abril Cultural, 1980.




HABERMAS, Jürgen. Direito e democracia, entre facticidade e validade. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1997.






Atividade:  D25-5_AVA03

2 comentários:

  1. Fernanda,

    O método “pedagogizador” tornou-se um dos grandes desafios da contemporaneidade. É preciso superá-lo, impondo uma pedagogia voltada para atender as reais necessidades do aluno, calcada, sobretudo, por uma política educacional adequada.

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  2. Fernanda,

    A inter-relação segundo Martin Buber, envolve o diálogo, o encontro e a responsabilidade, entre dois sujeitos e/ou a relação que existe entre o sujeito e o objeto.

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